terça-feira, 31 de julho de 2007

O buraco do espelho está fechado



O buraco do espelho está fechado,
Agora tenho que ficar aqui,
Com um olha aberto outro acordado,
No lado de lá onde eu caí.

Pro lado de cá não tem acesso,
Mesmo que me chamem pelo nome,
Mesmo que admitam meu regresso,
Toda vez que eu vou a porta some.

A janela some na parede,
A palavra de água se dissolve,
Na palavra sede a boca cede,
Antes de falar e não se ouve.

Já tentei dormir a noite inteira,
Quatro, cinco, seis da madrugada,
Vou ficar ali nessa cadeira,
Com uma orelha aberta outra ligada.

O Buraco do espelho está fechado,
Agora eu tenho que ficar agora,
Fui pelo abandono abandonado,
Aqui dentro do lado de fora.

Retirado do Filme
Bicho de Sete Cabeças

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Para O Bonde

Por que parou?
a mente estacionou...
pensamentos fixos
credo...

muito alcool...
penso como se fosse
um idiota...
como voce que esta lendo;

as mãos lentas;
os olhos sonolentos
quase precisando de uma
mordida pra acordar

foda-se, foda-se, foda-se;
vai ler outra coisa produtiva
minha produção é no REDONDO,
minha imagem na tigela FDP;

ALERTA
conhecer pessoas não rotuladas,
pode causar danos cerebrais,
rsrsrsrsrrsrsrrsrsrsrrssrsrsrsrs

As vezes penso....
somente as vezes...
quando estou "bem"
condição...
ache a sua...


cada um mergulha até onde pode,
eu me afoguei.

LTJ

Me Odeie

Qual é o teu segredo
Do que você tem medo
Não sou nenhum brinquedo
Que pode se quebrar


Me dê algum motivo
Por nao estar contigo
Quero saber se você tem um novo amigo
Que ama você como eu amei

E que também vai te proteger
E te dar o que eu nao te dei
Me desgrasse,Me odeie,
Só não esqueça,

Que eu amei você.
Me difame,
Me odeie,
Só não esqueça,
Que eu amei você

Eu fui ao céu com você
E ao inferno também
Depois de ir às nuvens
Quase caímos no chão
Amar é muito fácil
Difícil é esquescer

Que um dia todo o amor que tinha
Dei pra vocêE quando percebi
Que não foi demais
Era muito tarde pra voltar atrás
Pra te dar o que eu não te dei

Por isso...
Me desgrasse...

Esta letra foi retirada do site www.letrasdemusicas.com.br

Redondo com Feijão

Oval, redondo ou meio quadrado;
é o apoio fétido e lambuzado
muitas vezes com cheiro de mijoou
mesmo de merda
pior de... limpeza.

Onde muitas vezes
a comida no estomago sem segurar
mas a maior preocupação é acertar
e não jorrar o vômito pra fora do vaso
nem desmaiar e bater a cabeça

Pior é não te oque vomitar
com o tempo vai criando uma relação
entre estomago e cérebro que vocec
hego e o cérebro manda:
- jorra a bagaça;
e la vai ela... de todas as cores

e o remédio
mais uma dose...
cai como uma luva no estomago
o cérebro agradece:
- economia no rivotril.

LTJ

terça-feira, 24 de julho de 2007

Noivoado

Quantas vezes isso pode acontecer?
Um sentimento tão (comprido) até que acabe...
Paixão? Passos para desesperança
Calar no fundo do coração

Ser um indíviduo diferente do que todos conhecem
Aceitar o que a vida dá sem reclamações;
Agradecer por pagar as contas;

Não saber que a vida é mais...

Mais oque?
mais paixão....
pelas coisas simples...
Tá bonito NÉ?

Fodam-se seus idiotas vida é uma merda vivida,
pelas poucas moscas que conseguem parar sobre os montes

fazer o que de melhor pode se aproveitar... restos ...

Juntados por uma aliança;
Achando que são diferentes;
Mais seguros...
Mais Superiores...

Loucos ...
por uma vida de mentiras;
esperando ...
...um bêbado desgraçado;

Poucas arriscam;
nenhuma agüenta, ou quase...
mas ainda assim as coisas ficam noivoado;
Loucas...

a felicidade e o amor...
ficam no caminho.
Quer saber o que é noivado....?

Minha esposa não agüenta que eu beba;
E eu não agüento ficar sem beber;
mas quantos anos vamos viver?

Que seja, poucos, mas...
fora da filha da puta da comunidade;
radical de extremos em qualquer sentido;
sentido de que, do que, pra quem?

Mais um gole?
LTJ

A História da Terapia Por Choque em Psiquiatria

As primeiras décadas do século XX testemunharam uma grande revolução na nossa compreensão e no tratamento das doenças mentais. Até então, pessoas portadoras de psicose eram simplesmente trancadas em asilos para loucos, onde recebiam apenas alguns cuidados simples e, algumas vezes, apoio social, sem que nenhuma terapia efetiva estivesse disponível para os "alienistas", como os psiquiatras eram então denominados. Mesmo quando reformadores médicos bem-intencionados, tais como Phillipe Pinel, conseguiram amenizar em parte as aterrorizantes condições existentes nos asilos para loucos, ainda não existiam tratamentos de rotina realmente efetivos no começo do século XXI.


A primeira revolução na terapia científica da loucura foi baseada nas teorias da mente proposta pelo médico austríaco Sigmund Freud, o fundador da psicanálise. O valor dessa abordagem se tornou evidente para o tratamento de distúrbios mentais de gravidade leve ou média, particularmente nas neuroses; mas pouco representou de efetivo para o tratamento doenças mentais mais graves, como as psicoses. No entanto, isso começou a mudar no começo da década de 30. Os métodos psicoterapêuticos passaram a ser suplementados ou até substituídos por abordagens físicas, usando drogas, terapia eletroconvulsiva, e cirurgia.

O conhecimento de que o trauma encefálico, as convulsões e a febre alta podiam ser usados para amenizar distúrbios mentais não é novo em Medicina. Hipócrates foi o primeiro a notar que as convulsões induzidas por malária em pacientes insanos era capaz de curá-los. Na Idade Média, alguns médicos observaram os mesmos fenômenos após um severo surto de febre, tal como o que ocorreu durante epidemias de cólera em asilos para doentes mentais. Em 1786, um médico chamado Roess observou que pacientes mentais melhoravam após a inoculação com vacina contra a varíola. Além disso, muitos médicos ao longo dos séculos notaram que havia poucos epilépticos que também eram esquizofrênicos, e uma teoria biológica sobre a incompatibilidade entre as convulsões e doenças mentais gradualmente se desenvolveu. É conhecido, também que durante muito tempo os médicos foram fascinados com a idéia de tratar doenças mentais e neurológicas usando a eletricidade.

Entre 1917 e 1935, quatro métodos para produzir choque fisiológico foram descobertos, testados e usados na prática psiquiátrica, todos no continente europeu:

Febre induzida por malária, para tratar paresia neurosifilítica, descoberta em Viena por Julius Wagner-Jauregg, em 1917;
Coma e convulsões induzidas por insulina, para tratar esquizofrenia, descoberta em Berlim por Manfred J. Sakel, em 1927;
Convulsões induzidas por metrazol, para tratar esquizofrenia e psicoses afetivas, descoberta em Budapest por Ladislaus von Meduna, em 1934, e
Terapia por choque eletroconvulsivo, descoberta por Ugo Cerletti e Lucio Bini em Roma, 1937.
O advento do tratamento das psicoses usando choque fisiológico aumentou a oposição entre duas escolas de pensamento em psiquiatria: a psicológica e a biológica.

A "escola psicológica" interpreta a doença mental como sendo devida a desvios na personalidade, problemas surgidos durante o crescimento, no controle de impulsos internos, e a outros fatores originados externamente. Esta escola, tipificada pelos psicanalistas, foi fundada por Sigmund Freud no começo do século XX.

A "escola biológica", ao contrário, considera que as doenças mentais, particularmente as psicoses, são causadas por alterações patológicas, químicas ou estruturais do cérebro.

Devido à essas diferenças, as abordagens terapêuticas adotadas por cada escola são marcadamente diferentes. O sucesso da terapia por choque, em virtude de, evidentemente, causar alguma alteração drástica no ambiente interno do cérebro, e, consequentemente, nas funções das células nervosas, foi um forte argumento a favor das causas biológicas de muitas doenças mentais.

Renato M.E. Sabbatini, PhD

POLITICA É O MESMO QUE FODER CU DE GATO

"Prezado senhor Bukowski: Por que o senhor nunca escreve sobre política ou assuntos internacionais? M. K."

"Caro M. K.: Pra que? Feito, quais são as novas? - quem não sabe que o negócio está fervendo?" O nosso desvario surge no meio da maior calma, enquanto se fica olhando, à procura de fios de cabelo em cima do tapete - se perguntando o que é que poderia ter acontecido, porra, pra esse pessoal inventar de explodir o carrinho cheio de jujuba, com o cartaz do marinheiro Popeye colado do lado. Negócio seguinte: o sonho acabou e, depois, não sobrou mais nada. O resto é só marmelada pra general e banqueiro. Por falar nisso - acabo de ler que caiu outro bombardeiro dos E. U. A. carregado de bombas de Hidrogênio - DESTA vez no mar, perto da Islândia. Essa garotada anda muito descuidada com seus aviõezinhos de papel, ao mesmo tempo em que, SUPOSTAMENTE, me protege a vida. O Depto. De Estado diz que as bombas-H estavam "desarmadas". Sei lá o que significa isso. Ai então, se lê mais adiante que uma das bombas-H (perdidas) se abriu e espalhou um bocado de titica radioativa por tudo quanto é lado, ao mesmo tempo, em que supostamente me protegia a vida.

MUITO EMBORA eu não tivesse pedido nenhuma proteção. A diferença entre democracia e ditadura é que, numa, primeiro a gente vota e depois cumpre ordens, ao passo que na outra não é preciso perder tempo com eleições. Voltando à queda das bombas-H - há pouco tempo aconteceu coisa idêntica nas proximidades da ESPANHA. (estamos em tudo quanto é lugar, sempre pra proteger a vida.) mais uma vez, ficaram perdidas - êta brinquedinhos sem juízo. Levaram 3 meses - se não me engano - pra localizar e tirar a última que estava lá. Talvez tenham sido 3 anos. Essa última bomba - não é que a desgraçada inventou de ficar encravada num cômoro de areia, bem no fundo do mar? E cada vez que tentavam enganchar o troço, com o maior cuidado, se soltava e rolava mais um pouco pelo cômoro abaixo. A todas essas, aquela pobre população da cidade costeira se virava de um lado para o outro de noite na cama, imaginando que iria saltar pelos ares, por cortesia da bandeira americana. Claro que o Depto. De Estado dos E. U., em declaração oficial, garantiu que a bomba-H não dispunha de fuso de detonação, mas, enquanto isso, os ricos se mandaram pra outras paragens e os marinheiros americanos e o pessoal da cidade parecia nervoso a beça. (afinal de contas, se não fossem capazes de explodir, a troco de que andariam voando com elas por ai? Seria melhor que transportassem salames de 2 toneladas. Fuso de detonação quer dizer "faísca" ou "gatilho", sendo que "faísca" pode sair de qualquer lugar e "gatilho" significa "disparo", ou coisa semelhante, que acione o mecanismo de detonação.

AGORA a palavra que usam é "desarmado", que parece oferecer maior segurança, mas no fim dá no mesmo.) seja lá como for, tentaram enganchar a bomba, mas, como se diz, a danada era dura na queda. Depois ocorreram algumas tempestades submarinas e nossa trêfega bombinha foi rolando, cada vez mais, cômoro a baixo. O mar é uma coisa insondável, bem mais que os propósitos do governo. Por fim criaram um equipamento especial só para puxar a bomba pelo rabo e retiraram aquele troço do mar. Palomares, é isto mesmo, foi onde tudo isso aconteceu: Palomares. E sabem o que fizeram depois? A Marinha Americana apresentou um CONCERTO DE BANDA na praça municipal para festejar o resgate da bomba - já que o troço não era perigoso então todo mundo podia se esbaldar. É, e os marinheiros tocavam e a população espanhola ia escutando, até chegarem todos a um autêntico orgasmo coletivo, um imenso desabafo sexual e espiritual. não sei que fim levou a bomba que tiraram do mar. Ninguém (a não ser raros privilegiados) tampouco sabe e a banda continuava tocando, enquanto 1.000 toneladas de camada radioativa do solo espanhol foram despachadas para Aiken, Carolina do Sul, em recipientes lacrados. Sou capaz de apostar que o preço da armazenagem em Aiken, C. S., sai mais barato. Agora, portanto, as nossas bombas andam boiando e afundando, deladas e "desarmadas", lá pela Islândia. O que é que se faz quando a atenção do povo se volta para questões embaraçosas? Ora, muito simples: desvia-se atenção dele para outra coisa. O povo só tem capacidade para pensar numa coisa de cada vez. Feito, espiem só, esta manchete de 23 de janeiro de 1968: B-52 CAI PERTO DA GROELÂNDIA COM BOMBAS DE HIDROGÊNIO. DINAMAQUESES PROTESTAM. Dinamarqueses protestam? Ah, minha nossa! Seja lá como for, se repente, no dia seguinte, outra manchete: NORTE-COREANOS CAPTURAM NAVIO NA MARINHA AMERICANA. Oba, o patriotismo voltou! Ora, já se viu? Sacana de uma figa! E eu que pensava que AQUELA guerra tinha acabado! Ah, ah, saquei - os COMUNAS! Títeres coreanos! A legenda da telefoto da Associated Press diz mais ou menos o seguinte - O navio de reconhecimento dos E. U. Pueblo - ex-cargueiro do exército, atualmente convertido em embarcação de espionagem secreta da marinha, e que dispõe de aparelhagem monitora elétrica e equipamento oceanográfico, foi forçado a atracar no porto de Wonsan, perto da costa da Coréia do Norte. Esses comunas, chupadores de piroca, sempre enfunerando a gente por aí! Mas aí NOTEI que a história da bomba-H perdida tinha passado para uma coluna menor: "Radiação Detectada no Local da Queda do B-52; Rumores de Vazamento na Bomba." Contam que o presidente foi acordado mais ou menos às 2 da madrugada para ser informado do sequestro do Pueblo. Suponho que tenha voltado a dormir. Os E. U. dizem que o Pueblo se achava em águas internacionais; os coreanos afirmam que ele estava em águas territoriais. Um dos países está mentindo. De repente a gente se pergunta, mas pra que serve um navio de espionagem em águas internacionais? É o mesmo que andar de capa de chuva em dia de sol. Quanto maior a proximidade, melhor a transmissão e a compreensão da notícia.

Manchete: 26 de janeiro de 1968: OS E. U. CONVOCAM 14.700 RESERVISTAS DA AERONÁUTICA. As bombas-H perdidas na costa da Islândia sumiram por completo do noticiário como se o fato nunca tivesse acontecido. Enquanto isso:

O Senador John C. Stennis (democrata, de Missouri) declarou que a decisão do presidente Johnson (a convocação de reservistas da Aeronáutica) foi "necessária e justificada", e acrescentou, "espero que não hesite em mobilizar também os contingentes de reservistas das tropas terrestres." O líder da minoria no senado, Richard B. Russel (democrata, da Geórgia): "Em última análise, o nosso país deve exigir devolução do navio e da tripulação capturada. Afinal de contas, muita guerra importante começou com incidentes bem menos graves do que esse." O presidente da Câmara dos Deputados, John W. McCormack (democrata, Massachussetts):

"O povo americano tem que compreender que o comunismo está empenhado em conquistar o mundo. Existe um excesso de apatia em torno disso." Se Adolph Hitler fosse vivo, acho que gostaria muito de assistir o que está se passando. O que se pode dizer sobre política e assuntos internacionais? A situação de Berlim, a crise cubana, os aviões e navios espiões, o Vietnã, a Coréia, as bombas-H perdidas, o tumulto nas cidades americanas, a fome na Índia, os expurgos na China Vermelha? Existem bandidos e mocinhos? Quem sempre diga a verdade, quem nunca minta? Bons e maus governos? Não, existem apenas governos ruins e outros ainda piores. Haverá o clarão de luz e calor rachando a gente de cima a baixo numa noite em que se estiver trepando, cagando, lendo histórias em quadrinhos ou colando selos raros em álbum? A morte instantânea já não constitui nenhuma novidade, muito menos a morte instantânea em massa.
Mas aperfeiçoamos

NIZII, 10:52:05

TERAPIA

Sentado na calçada de canudo e canequinha
tiublequi tiubim...

passaou um carro,
levou as bolinhas,
o não parava...
troquei de frramenta.

Sentei na calçada,
com um monte de pedras
esperando os carros passar,
na primeira pedrada consegui...

Acabei com o vento.

LTJ
"Voce pode mudar a si mesmo para ser aceitável, mas talvez isso tb esteja errado. Talvez pensemos demais. Sinta mais, pense menos." Charles Bukowski

..e digo a todos os deuses,
deuses judeus, deuses cristãos,
pedaços de coisas, ídolos,
pílulas, pão, braças,
riscos, sábia renúncia,
ratos no molho de dois enlouquecidos sem sorte,
sabedoria de colibri, sorte de colibri, eu me apóio nisso,
eu me apoio em tudo isso e sei:
seu vestido sobre meu braço:
mas eles não vão trazê-la de volta para mim.

"For Jane, with all the love I had, which was not enought..."
Charles Bukowski

segunda-feira, 23 de julho de 2007


Sabe-se que antigamente as famílias atiravam os loucos em embarcações rio abaixo, como cargas insanas. Estas embarcações recebiam o nome de A Nau dos Loucos. Ainda não existiam manicômios e a sociedade implantou o sistema de isolá-los por intermédio da água. De cidade em cidade eles eram rejeitados. Durante séculos, espalharam demência, divertiram as crianças e assombraram a imaginação dos homens medievais. Naquele exato momento, a água era o único e último território habitável. Por isso, pode-se dizer que a água sempre foi coadjuvante da loucura, que água e loucura se relacionaram no passado. Assim como se pode afirmar que hoje a loucura está vinculada às estradas. O andarilho em sua nau de poeira, esta é a imagem poética da demência moderna. Há quem diga também que os artistas e os loucos são irmãos consangüíneos, que esquizofrenia e arte, delírio e inspiração são frutos do mesmo impulso.
A melhor declaração neste sentido, nos foi dado pelo pintor catalão Salvador Dalí: "A única diferença entre mim e o louco, é que eu não sou louco". Vários artistas consagrados passaram por manicômios e muitos jamais retornaram de lá, como a escultora
Camille Claudel, cuja obra esteve exposta, em 1998, nas principais capitais do País. O pintor flamengo Hieronimus Bosch (muito bom*), considerado por muitos o pai do surrealismo, deixou várias telas cuja temática era a loucura. No acervo do Museu do Prado, em Madri, encontram-se as suas melhores obras, dentre elas, o quadro A Extração da Pedra da Loucura. "Bosch teve a audácia de pintar o homem tal como ele é em seu interior, enquanto os demais se restringiam às aparências". Não há registros de que ele tenha tido distúrbios mentais durante sua profícua existência, no entanto, não se pode dizer o mesmo de outros artistas.

Vicent van Gogh, o mais celebrado de todos, na atualidade, passou boa parte de sua vida se tratando com médicos psiquiatras, que não o entendiam nem sequer reconheciam o seu gênio. Artaud, cuja originalidade de expressão se situava em "estados cada vez mais perigosos do ser", provou na carne o internamento psiquiátrico. No Brasil, Arthur Bispo do Rosário é o exemplo mais clássico da consangüinidade entre esquizofrenia e arte. Trancafiado no Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira, onde passou 50 anos de sua vida, Bispo criou uma obra sem precedente no País e talvez na própria história da arte. A lista de artistas geniais que enfrentaram fases de sérias perturbações mentais é vastíssima: Nijinsky, Qorpo Santo, Dostoievsky, Baudelaire...

Localizado no Rio de Janeiro, o Museu do Inconsciente é a prova cabal de que os manicômios estão repletos de gênios. Nas últimas décadas, viveram lá nomes como Fernando Diniz, Rafael, Carlos, Emygdio e muitos outros. O acervo é incalculável. O Museu foi criado pela Dra. Nise da Silveira e inovou no tratamento aos loucos. Ao invés de torturá-los com eletrochoques, buscou-se a cura por intermédio da arte. Jung, que visitou o Museu, teria dito a ela: "Se você não estudou os temas míticos, nunca poderá entender a pintura de seus doentes". É que, para Jung, os arquétipos míticos são de cunho universal, envolvem a realidade do homem e é por onde fluem as imagens do mundo esquizofrênico quando o ego se esfacela.

A Dra. Nise, por sua vez, achava que, somente as ocupações que servissem de meios individualizados de expressão, levariam à cura. O crítico de arte Mário Pedrosa visitou o Museu na década de quarenta e ficou admirado com a qualidade da produção plástica. "Uma das funções mais poderosas da arte é a revelação do inconsciente, e este é tão misterioso no normal como no anormal. As imagens do inconsciente são apenas uma linguagem simbólica que o psiquiatra tem por dever decifrar. Mas ninguém impede que essas imagens e sinais sejam, além do mais, harmoniosas, sedutoras, dramáticas, vivas ou belas, constituindo em si verdadeiras obras de arte".

por. Abelardo de Carvalho

Guilty - The Rasmus

Me sinto culpado
Minhas palavras são vazias
sem sinais pra dar a você
Eu não tenho tempo pra você
Você diz que eu não tenho coração
E você diz que eu não me importo
Eu costumava estar lá pra você
E você disse que eu pareço tão morto, que eu mudei
Mas você também
Culpado
Culpado eu me sinto tão...
Vazio
Vazio você sabe como me fazer sentir...
Eu pus um abrigo sobre você
Eu não queria te machucar
Eu somente envenenei sua mente
Nunca quis fazer você chorar
Você tem sido tão irracional
Eu posso ver através de você
Você constumava estar lá pra mim
Então não vá embora dizendo "adeus"
Porque você mudou e eu também
Eu nunca pensei que o tempo e a distância
Entre nós faria você tão mais fria
Eu estou carregando o mundo nos meus ombros...
Culpado....
Vazio....
Culpado....Culpado
Vazio....
Culpado
Culpado eu me sinto tão...
Vazio
azio você sabe como me fazer sentir... (repete...)
Você sabe me fazer sentir culpado...
Tão culpado
Vazio
Tão vazio...
Você sabe me fazer sentir...